Friday, March 24, 2006

V for Vendetta

Ando a denotar um tom de revolta no meu blog. Se fosse analisado por um psicólogo, julgo que o senhor diria que a minha escrita é um "escape", uma forma de colocar cá fora a minha opinião sobre muito do que se passa em meu redor, uma vez que ninguém está realmente disposto a ouvir-me (obviamente).

Sendo assim, achei por bem escrever sobre algo que gostei. "V for Vendetta" foi, para já, o filme do ano. Sendo um filme sobre comics, convém ter-se consciência do que se vai ver. Heróis, vilões, donzelas em apuros, muita acção e efeitos especiais. Mesmo como se quer um filme :) Mas filmes assim, há aos pontapés, e não é isso que torna este especial.

Fora um facto que é praticamente dado como certo durante todo o filme, e que se confirma no final, é impossível saber o que irá acontecer a seguir. Ficamos colados à cadeira durante 2 horas, e dificilmente durante algum momento não estamos embriagados pelo que estamos a ver.

O herói é genial. Personagem da DC Comics (bolinha com um R aqui), daqueles menos conhecidos, provavelmente porque não é um dos "vitalícios" como o Super-Homem ou Batman, ficou para já imortalizado na história do cinema, como parte de um dos melhores filmes sobre um comic de sempre. O actor escolhido para o papel... dificilmente poderia ter sido melhor. Sendo alguém que não mostra cara, o importante mesmo era a voz. E caraças, que a voz do Hugo Weaving caiu no "V" que nem um meteorito no armaguedão. A pinta da máscara também está muito lá. Em memória de Guy Fawkes, um dos responsáveis pela tentativa de assassinato falhada do Rei James I, em 1605, que ficou conhecida como "a trama da pólvora", e que ainda hoje é recordada nalguns países, no 5 de Novembro. Supostamente, Fawkes era um homem decente, e tentou incitar uma revolta contra um Rei "tirano". Para lembrar essa data, surge uma frase mencionada neste filme, que sem dúvida, não é fácil esquecer:

"Remember, remember, the fifth of November, gunpowder treason and plot. I see no reason why the gunpowder treason should ever be forgot."

Apesar desta fonte de inspiração, a acção do filme decorre num ano futuro, onde após muitos conflitos armados, o governo inglês resolve instaurar medidas ditatoriais para manter a paz. "V" é um terrorista que procura vingança contra este governo, procurando realizar aquilo que Fawkes não conseguiu, há 400 anos. Pelo caminho ainda conhece a personagem de Natalie Portman, Evey, outra boa adição a este filme, mas a outro nível.

O vilão é irritante com'ó caraças, absolutamente detestável, o que é sempre bom num filme do género.

Os efeitos especiais estão ao nível por mim considerado ideal. Nada de animação exagerada por computador, ou seja, os efeitos complementam o filme e não o contrário.

Apesar disto tudo, ontem ainda consegui ouvir um senhor na Sic Notícias a criticar negativamente este tipo de filmes. Senhor já na casa dos 50-60 anos. Foi até ao cúmulo de comparar as receitas de um filme como este, a filmes de menor orçamento, sem dúvida com qualidade, mas que atraem muito menos audiência. Na opinião do senhor, deviam deixar de fazer filmes como o Star Wars, ou Batmans. Nem comento o facto de darem tempo de antena a alguém assim, porque não quero marcar um post tão decente com palavras menos apropriadas.

Viva la revolucion!

Sunday, March 19, 2006

Aquela selva arredondada...

Estou a falar, claro está, das rotundas em Portugal. E chamo-lhe selva, porque os portugueses, ao chegarem a uma, se comportam como animais. E porquê? Tenho aqui a oportunidade de referir o blog de um amigo meu, psicólogo de profissão, tanto ou mais parvo que eu, que escreve sobre o individualismo social em http://the-abstract.blogspot.com/2006/02/era-uma-vez-uma-bolha.html

De que forma se aplica isto às rotundas? Bom, comecemos por outro lado. Explicar o porquê de eu ficar fodido quando se recusam a cumprir com o que está certo, só porque "não dá jeito", ou porque simplesmente são nabos.

Eu sou uma pessoa lógica. Sempre fui. E agora que ando metido nos computadores, já penso em 0's e 1's. Assim como o código da estrada. É 80% lógico e intuitivo. Passei o meu primeiro exame de código, devia ter uns 10 anos. Estava no 5º ano, foi feito um exame de 20 perguntas, mais do ponto de vista dos peões e veículos sem motor, mas com perguntas que ainda vi no meu exame de condução, aos 18. Nunca tinha estudado o código da estrada, errei 2 em 20, conseguindo o melhor resultado na escola (acreditem, não foi proeza nenhuma), para não variar. 10 anos. E, se nessa altura, alguém me tivesse ensinado a conduzir em rotundas, eu tinha percebido. Aparentemente, sou um génio, uma vez que, aparentemente, sabia mais aos 10 anos, que os caramelos que hoje andam atrás de um volante. Pior. Há quem saiba, e se recuse a cumprir. Adiante.

Afinal, como se deve abordar uma rotunda? Na altura em que tirei a carta, não existia um algoritmo específico. Tanto que, para o meu instrutor, aqui na minha terra, cada rotunda tinha uma maneira diferente de ser abordada. Ainda pensei em levar cábulas para o exame de condução, mas não tinha espaço para todas e pensei: "que se foda".

Nessa altura, os acidentes em rotundas eram mais que muitos. Finalmente, alguém teve o bom senso de, mais uma vez, adicionar um pouco de lógica ao código da estrada, estipulando que, e passo a citar: "há que obrigar os condutores a circular sempre nas faixas interiores, sendo apenas permitida a passagem para a zona exterior no troço imediatamente antes da saída desejada" (in http://automotor.xl.pt/aut/0903/a01-00-00.shtml). Complicado?!

Dito de outra forma: Só entram numa rotunda encostados à direita se forem sair na 1ª saída, e em mais NENHUMA situação. Se forem em frente, ou sair na 2ª saída, já não encostam à direita, ficando numa das faixas mais à esquerda. Não interessa o número de faixas da saída, mas sim o da entrada.

Agora, a parte complexa, e que faz com esta "receita" não funcione: Quando há um acidente, provocado por um condutor ao tentar mudar para a faixa exterior, antes da sua saída, ou seja, agindo correctamente, aparentemente e tanto quanto julgo saber, este condutor não terá automaticamente razão. Porque não? Se envolvido no acidente estiver também um transgressor, que ia a PASSEAR pela faixa de fora, desde que entrou na rotunda, porque raios não é ele a arcar com as culpas? Bom, ele já lá estava, e o 1º é que lhe foi bater. Então para que serve esta bela merda de "instrução", enquanto houver quem se recuse a cumpri-la? Para foder quem cumpre?

A ausência de acção neste assunto, por parte da própria autoridade, contribui para que seja muito complicado convencer seja quem for a fazer o que é correcto, em deterimento do que é mais fácil. E todos sabemos que não é possível apelar à consciência de cada um, porque simplesmente, isto só está a dar para quem se está a cagar para os outros.

Thursday, March 16, 2006

OPA

É impressão minha, ou agora é moda rejeitar OPA's (leia-se, Ofertas Públicas de Aquisição)?

- "XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX MIL MILHÕES DE EUROS!!!"
- "hmmm... nop."

Vemos ofertas de empresas que primam pela competência, a empresas cuja liderança não vale um cú. Deveria ser lógico. É o processo de selecção natural. Os nabos saem, os bons ficam. Mas não. Neste país, ser nabo é aceitável. E então, uma administração estagnada, com políticas, recursos e decisões ultrapassadas recusa-se a levantar o rabo das confortáveis cadeiras administrativas, apesar da (ENORME) compensação financeira.

- "Para que serve o dinheiro, afinal, se não tivermos poder?"

Mesmo que se fodam os clientes, forçados a aceitar as condições que lhes são impigidas, por falta de alternativa (nalguns casos), e que vêm assim desperdiçada, a oportunidade de melhoria de serviço.

E depois da primeira OPA falhada, outra OPA. E outra. Também rejeitadas. É a moda de 2006. Fazer OPA's e/ou recusá-las. Dá para aparecer na tv e tudo.

E a propósito, gosto de que, agora, durante uma crise económica como a nossa, cada vez que surge uma notícia, sobre qualquer tipo de aquisição ou oferta, é sempre "MIL MILHÕES DE EUROS". Já nada custa "milhões". É sempre milhares de milhão (biliões, como dizem os americanos). Seria de pensar que, como isto está, já um espanhol pudesse comprar o país todo por menos que isso...

Wednesday, March 08, 2006

Paris Hilton e sexo

Recebi num mail, um vídeo da Paris Hilton em todo o seu explendor oral (leia-se, a fazer um broche), com um tipo qualquer.

...

Tou-me profundamente a cagar, mas queria que cada vez que alguém escrevesse "Paris Hilton", "sexo" e "broche" no google, viessem parar ao meu blog, enganados.

Publicidade oferecida. Há que adorá-la.

PS: Para internacionalizar a coisa, fica um pequeno excerto do dicionário pt-inglês.

Paris Hilton - Paris Hilton

Broche - Blowjob

Oral - Oral

Sexo - Sex

Friday, March 03, 2006

HI5

Ora, eu sou aquele tipo de gajo ingénuo, que gosta de acreditar no melhor de cada ser humano. Já me têm dito que sou parvo, que o mundo é uma selva, mas não! Não posso acreditar que cada um apenas se preocupa consigo mesmo, e que está disposto a espezinhar qualquer um para conseguir seguir a sua vidinha com menos uma preocupação.

Sou patego. MAS NÃO TENHO A MINHA VIDA ESTAMPADA NO HI5!!

Mais uma vez, a minha ignorância não tem limites. Já oiço falar no hi5 há anos, sem nunca ter tido a puta da curiosidade de ver o que era. Até criei lá um perfil, há cerca de um ano, adicionei 2 ou 3 amigos, e fartei-me. Tava visto. Nunca mais lá voltei.

De repente, surge-me um convite no mail, para aceitar como amigo, certo e determinado indivíduo. Tudo bem, vou ao meu perfil, fico um bocado perdido nas opções mas lá encontro a coisa. Ao pé disso, um link para o perfil do meu amigo...

... hein?

Fui lá... E entrei. Pensei "hmmm o boi já me devia ter adicionado, e autorizado. Ok porreiro." Ao lado, uma galeria de fotos de gajas. E eu, que já reparei que quando entro no meu perfil os senhores do hi5 fazem o favor de me presentear com tudo o que é gajedo da minha "network", pensei que se tratasse do mesmo. Errado. Por cima dizia "boi's friends". Amigos? Este gajedo todo? Aquele cromo? Bom, seja. Adiante.

Preparava-me então para seguir com a minha vida. Inadvertidamente passo com o rato por cima de um dos amigos, e surge-me aquela mãozinha no rato, que aparece quando navegamos por cima de um link. E aí ainda pensei: "é p'ra aumentar a foto das gajas". Errado outra vez. Clicando em cima duma das febras de qualidade, "amiga" do boi do meu amigo, vou parar... ao perfil da gaja. Eu. Mas eu não conheço a gaja. Não sou amigo dela. Mas tenho acesso à informação toda. Já sei o nome, idade, cidade, gostos e orientação sexual. E ao lado, tenho a galeria dos amigos, desta vez só gajos.

Que raio?

Então ainda pensei: "Algo se passa. Se calhar o boi adicionou uma daquelas gajas fictícias, enganado. A gaja não existe. Porque se existisse, não metia na net, para todos verem, fotografias suas em lingerie, e dos seus amigos em lingerie, e da família em lingerie."

Durante 2 segundos, fiquei descansado. Até que, um pouco mais à frente, na lista de amigos do boi do meu amigo, outro borrego que eu conheço. "É impossível que este link que leve à página de informação deste gajo", pensei. "Este sei que existe mesmo, e sei que não me adicionou como amigo". Errado (sim, não dei uma para a caixa). Cliquei na foto, e voilá. Perfil do borrego. A partir daí foi o descalabro.

Perfis de amigos de amigos de amigos de amigos meus. Tudo ali. E quem é amigo de quem. E este dizia que era meu amigo, mas se calhar não é, pelo que diz o hi5. E este meu amigo conhece esta minha amiga. E este outro, que é um anti-social do caralho, tem 50 amigos. E esta gaja boa aqui, tem 300, e é amiga do meu amigo, embora o cabrão nunca me tenha apresentado. Com certeza também gostava de ser minha amiga, com a breca! Até porque nesta altura, comecei a pensar que os convites para amizade, provavelmente não podem ser recusados! Claro, faz todo o sentido. É muito mais que um site de engate. É um site que força a amizade. Um site para aumentar o convívio da humanidade. Um site que tenta atingir à bruta, a paz no mundo. Mesmo que para isso seja preciso violar a privacidade ou direitos deste ou aquele. Obviamente, americano.

Mas não. Os convites podem ser rejeitados. Mais. Nem é preciso rejeitá-los, basta não os aceitar. Eu testei. Com 10 ou 15 gajas. Funciona. Mas eu não tenho foto em tronco nú. Não tenho fotos do meu cachorrinho. Não tenho fotos minhas em bebé. Quem haveria de aceitar amizade de um bronco destes? Mas é bom saber que tenho um stock de amigos na net, à distância de um click.

Não ficava tão parvo com a realidade cibernauta em que vivo, desde a cena dos aniversários.